Esse espaço do Blog da Kalenborn do Brasil será utilizado para os conhecimentos nas áreas de tribologia, com o foco na seleção de materiais baseados em:
- Fenômenos tribológicos;
- Processos de fabricação;
- Projetos.
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A resistência ao desgaste não é uma característica intrínseca do material, como, de modo geral, podem ser tratados: dureza, condutividade térmica, coeficiente de Poisson, etc.
Um conceito importante de ser assimilado em estudos de desgaste é o de tribossistema, ou sistema tribológico. Corresponde a todas as características de um sistema fechado, que tem entradas e saídas (CZICHOS apud SINATORA, 2005).
Figura 1: Caracterização de um tribossistema
Portanto, a vida útil do material depende do tribossistema no qual está inserido (GAHR, 1987). E para que seja possível determinar a melhor proteção contra desgaste há necessidade de conhecer bem o funcionamento do tribossistema.
Em uma tubulação, por exemplo, podemos considerar:
Variáveis operacionais: Velocidade, pressão, temperatura, tipo de transporte (hidráulico, pneumático, vácuo), etc.
Estrutura do sistema: Granulometria, composição química do material transportado, geometria, composição do material do tubo, etc.
Perdas: perda de carga, ruído, temperatura, vibração, desgaste, etc.
Saídas pretendidas: Transporte do material de um ponto a outro.
Figura 2: Identificação das regiões de maior força de impacto, variando-se a velocidade. a) 6 m/s b) 9 m/s c) 18 m/s d) 36 m/s (ZHANG, 2012)
Conhecendo bem o funcionamento de um tribossistema, o próximo passo importante é conhecer os mecanismos de desgaste que estão atuando.
Referências Bibliográficas
GHAR, K. H. Z. Microstructure and wear of materials. Tribology series, Elsevier, Amsterdam – Oxford – New York – Tokyo, 1987.
SINATORA, A. Tribologia: um resgate histórico e o estado da arte. 2005. 12 p. Erudição para provimento de cargo de Professor Titular do Departamento de Engenharia Mecânica – USP, São Paulo.
ZHANG, H.; TAN, Y.; YANG, D.; TRIAS, F.; JIANG, S.; SHENG, Y.; OLIVA, A. Numerical investigation of the location of maximum erosive wear damage in elbow: Effect of slurry velocity, bend orientation and angle of elbow. Powder Technology, v. 217, p. 467-476, 2012
Luis Fernando Saraiva de Abreu Chagas (Gerente de Engenharia da Kalenborn – luischagas@kalenborn.com.br)
Engenheiro mecânico e Mestre em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especializado com MBA em Finanças. Experiência na área de seleção e fabricação de materiais com ênfase em soluções contra o desgaste. Responsável pela gestão de mais de 900 contratos, sendo aplicados mais de 2 milhões de kg de revestimento (metálicos, cerâmicos, plásticos e compósitos) em quase todos estados do Brasil e também no Chile, Peru, Bolívia e Moçambique.
Excelente conteúdo, parabéns!
Ótima introdução! Mecanismos de desgaste é sempre um tema complexo e interessante. Uma única variável é capaz de mudar o “status quo” de todo o sistema tribológico!
Excelente trabalho, parabéns!